1º ANO
A princesa
Uma princesa era muito feliz. Um dia o rei disse-lhe:
- Minha filha, tu vais casar com o príncipe.
- Yes! Yes! – exclamou.
E perguntou:
- Pai, como se chama o príncipe?
- Chama-se Filipe, filha.
Chegou o Filipe.
- Pai, quero-me casar hoje com ele no jardim.
Chegou o momento do casamento.
A meio do casamento, houve uma tempestade. O rei, a princesa e o príncipe aleijaram-se, mas um habitante ligou para o 112 e o rei, a princesa e o príncipe ficaram bons.
Juliana César Marques,
1º ano, Turma A,
EB1 de Santa Tecla
2º ANO
O vento
Estava um lindo dia de sol, mas nisto uma nuvem cinzenta tapou-o.
Quando o sol desapareceu, veio o vento.
O vento começou a ficar forte, até ficar uma tempestade.
Depois o vento ficou fraco, até desaparecer e o sol voltou. Ficou calor e até parecia que era Verão.
Ana Filipa Peixoto Pereira,
2º ano C,
EB1 de Santa Tecla
3º ANO
O Mundo da Música
Era uma vez uma ilha chamada Sinfonia. O povo vivia em paz. Lá, viviam instrumentos musicais. As cidades estavam limpas e bem tratadas. Nas aldeias cresciam vegetais e todos viviam bem.
O povo era diferente, mas respeitava-se.
Um dia, aconteceu uma coisa terrível: houve um terramoto tão forte que partiu a ilha ao meio. Algumas pessoas caíram à água e todos foram para a sua respectiva ilha, menos uma pessoa, o príncipe da Sinfonia.
Depois do terramoto, deram um novo nome a cada ilha: Sinfonia e Melodia.
O rei D. Trombone III, da ilha da Sinfonia, declarou guerra entre as duas ilhas. Essa guerra durou muitos anos.
Um dia, a princesa Flauta, da ilha da Melodia, encontrou o príncipe Clarinete, da ilha da Sinfonia, e apaixonaram-se, mal se olharam nos olhos. Mas tiveram de manter o seu amor em segredo, porque tinham medo que as famílias se zangassem ainda mais.
Mais tarde, quando as famílias descobriram este amor, a guerra acabou.
Houve casamento e construíram uma ponte entre as duas ilhas, a que chamaram Ponte da Amizade.
Leonardo de Oliveira Vieira Alves,
3º ano, turma D,
EB1 de Santa Tecla
4º ANO
A Primavera
Era um dia de Primavera, o primeiro!
As flores ainda não tinham florido, as plantas ainda não sacudiam as gotas de orvalho que cobriam as suas folhas. O Sol parecia ter preguiça de se levantar, estava habituado aos dias de Inverno. As minúsculas ervinhas já despontavam no monte. Nas casas, toda a gente dormia excepto um menino que, da janela do seu quarto, apreciava o monte onde vivia.
O menino chamava-se Rodrigo e fazia parte de uma família pobre. Rodrigo vestiu-se, pegou no seu violino, que tocava todos os dias com alegria, e saiu de casa para ver se as flores que tinha plantado já tinham aberto. As flores estavam murchas e ele ficou muito triste. Rodrigo pegou no violino e começou a tocar uma bela música. Para seu espanto, a pouco e pouco, as flores, começaram a despertar libertando a sua cor e o seu perfume. Rodrigo ficou incrédulo. Levantou-se e tocou a música com mais convicção pelo monte fora. Agora o monte aparecia coberto pelo manto mais colorido que existia à face da terra.
Ouvindo aquela melodia, os pais levantaram-se, olharam pela janela e viram o menino dançando e tocando por cima daquele manto e sorriram. Nunca o tinham visto tão feliz.
Um estrangeiro que o ouviu tocar elaborou um dueto com ele e uma banda que despertava o Inverno. Os pais do Rodrigo gostaram da ideia. Além disso, não tinham de pagar nada.
No dia do dueto, Rodrigo e a outra banda subiram ao palco. A banda começou a tocar e logo se ouviu trovoada. Era a vez de Rodrigo. Quando ele tocou, as flores nasceram no palco e os pássaros cantaram. A banda não teve coragem de tocar mais.
Rodrigo não encantou só a Primavera, mas também os corações do público e de todos.
Joana Silva Peixoto,
4º ano, turma D,
EB1 de São João do Souto
5º ANO
Uma viagem ao Mundo da Fantasia
Num dia de sol, um dia brilhante e belo, em que o vento voava levemente com as ondas do mar, estava eu em minha casa, a ouvir os pássaros a cantar, quando ouvi um ruído que vinha da porta do quarto. De lá saiu um som belo, parecia um sonho…
Fui parar a uma aldeia com uma casa enorme ao fundo. Fui até lá e entrei. À porta, estava uma flauta que me disse atenciosamente:
— Olá!
De repente, saiu de um quarto um violino, agarrou a flauta e ordenou-lhe:
— Vamos!
Eu, para proteger a flauta, perguntei-lhe:
— O que é que ela fez, Senhor Violino?
— Mmmm… tem de fazer os deveres!
— Ah! Já agora, que sítio é este? — perguntei.
— Um palácio. É o palácio de D. Violoncelo VI, rei de Aldrajusto, o País das Verdades e Mentiras. Agora, se me dá licença, vou-me embora.
Decidi ir falar com o rei. Talvez me desse mais informações. Entrei no salão de bailes, percorri várias corredores, até que cheguei à sala onde se encontrava D. Violoncelo VI. O rei, mal me viu, questionou-me em voz altíssima:
— Quem é este e donde vem?
Um guarda respondeu:
— Meu Senhor, não sei.
—Eu chamo-me Diogo — respondi. — Sou de Portugal, um país distante do vosso, no Mundo lá fora, onde tudo é diferente.
— Não sei onde é isso. Mas deixa lá, não importa. Que sejas bem-vindo e bem acolhido no meu palácio!
Saí. Mal me virei, as pessoas já não eram tão simpáticas. Viram-me como um estranho e começaram a correr atrás de mim.
Fugi por entre montanhas e vales, corri pelo meio da floresta… Detrás de uma árvore que tinha um brilho vermelho, saíram lobos e ursos. Fugi, continuei a fugir. De tanto correr, caí. Depois, senti um abanão.
Acordei. Estava na minha cama e continuava a olhar os pássaros a cantar e o vento a bailar!
Tinha sido um sonho, um maravilhoso sonho de fantasia!
Diogo Costa, nº9, 5º1
6º ANO
Não podia acreditar! Tanto tempo à espera e só agora se concretizou o meu desejo! Ele realizou-se! Finalmente em Paris! Toda a minha vida esperei por este momento! Eu, o palco e as luzes!
A música começou, era a minha vez! Mal abri a boca, todo o nervosismo e todo o horror se dissiparam. Sentia-me orgulhosa do meu talento. Cantar… Em cada uma das caras do público permanecia o espanto e o agrado. Terminei. Não estava cansada nem arrependida, mas satisfeita. Eles adoraram! Aplaudiram-me de pé, pela primeira vez. Agradeci e retirei-me do palco.
Depois de um grande espectáculo, de novo em casa. Sentia-me triste, apesar de ter conseguido. Faltava alguma coisa, algo mesmo imprescindível. O amor. Sim, o amor!
Levantei-me do sofá e dirigi-me à grande janela da sala, onde o meu reflexo era bem nítido. Afinal, o que é que me faltava? Era jovem, bonita, talentosa, o que é que tinha de errado? “Enfim, não se pode ter tudo” – pensei.
Vesti a gabardina castanha brilhante. Era nova, tinha-a comprado no dia anterior, e fui dar uma volta.
Havia de tudo. Casalinhos apaixonados, velhotes desesperados e…eu! Sentia-me tão só! Só agora percebi que a fama não é tudo. Deixei-me levar. Sentei-me num banco de jardim ali perto e deixei-me estar. Decidi fechar os olhos. De repente, senti alguém ali perto. Assustei-me com a sua bela face. Estava repleta de felicidade.
— O que tens?
Arrepiei-me com a sua doce voz.
— Estava a pensar. Ainda és muito novo para me compreenderes.
— Estás enganada, Lucredith. Sou muito mais do que pensas. Posso ter corpo de um menino de 10 anos, mas compreendo-te melhor do que tu imaginas. Conheço-te melhor do que ninguém.
Espantei-me com as suas palavras. Estremeci. Não consegui falar.
— Lembra-te, minha querida. Apesar do que faças e de sentires sozinha, não te preocupes. Se não encontrares o amor, ele encontrar-te-á! — respondeu ao meu silêncio.
Pestanejei. Mas, quando reparei, o rapaz já não estava lá. Fiquei desconsolada por não termos falado mais e voltei a casa.
Despi-me, vesti o pijama e deitei-me na cama. Fechei os olhos e, dia após dia, nunca perdi a esperança de encontrar alguém.
Cátia Pinto, nº8 6º2
7º ANO
O baile estava animado! Muitas pessoas a dançar, o pianista a tocar, compenetrado. Estava a ser uma noite memorável! Os bailes, para mim, eram um sonho. Só com a dança é que eu me sentia em plena felicidade. Parecia que só existia eu naquela sala enorme, cheia de convidados. A música e a dança enchiam a minha alma. Parecia que voava. Entrava num mundo distante onde a dança era a vida e eu era a rainha. Mas depois acordava e estava simplesmente numa sala, com os tectos trabalhados, paredes e portas com talha de ouro e um enorme lustre a meio.
Muitas pessoas diziam que o mais importante na vida era o amor. Eu não achava. Para mim, o mais importante era a dança, pois só a dançar é que me sentia viva, alegre, preenchida. Sentia que a noite nunca ia acabar, pois quando estamos a fazer uma coisa de que, do fundo do coração, gostamos, parece que a noite nunca acaba. Quando parava de dançar, era como se me cortassem a respiração. Muitas pessoas gostam da dança e de dançar, mas eu não, eu preciso da dança como os peixes precisam da água e como nós precisamos do ar que respiramos.
A dança, para mim, não era um passatempo ou um hobie que se faz aos sábados à tarde. Não, a dança, para mim, era exactamente igual ao ar que respiro. Por isso, é que deixei de viver quando me disseram que estava paraplégica e não poderia andar nem dançar durante o resto da minha vida.
Daí a minha vontade de morrer. Sem pensar, peguei numa faca e espetei-a no coração. Morri instantaneamente. Apesar de paraplégica, ainda tinha uma vida inteira pela frente mas, para mim, não poder dançar era não poder viver.
Os meus familiares ficaram chocados mas, no fundo, sabiam por que me tinha suicidado. Todos os que me conheciam sabiam a minha razão para acabar com aquela vida sem sentido, que era a vida sem a dança. Sem a música, sem todo aquele som a envolver-me, a paixão, a vida…
Maria Inês, nº19, 7º4